sexta-feira, 30 de junho de 2017

MORAES IRÁ JULGAR PEDIDO DE IMPEACHMENT DE TEMER, QUE O INDICOU AO STF

No Brasil 247
O ex-ministro da Justiça de Michel Temer, Alexandre de Moraes, será o relator no STF (Supremo Tribunal Federal) da ação que pede que a Câmara dos Deputados desarquive os pedidos de impeachment protocolados contra o presidente.

O ministro, inclusive, já deu um prazo de dez dias para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, explique por que não analisou os pedidos de impeachment contra Temer na Casa. A decisão foi tomada após deputados da oposição entrarem com um mandado de segurança pedindo ao Supremo que mande Rodrigo Maia analisar os pedidos.
"Antes de apreciar o pedido de liminar, considero indispensável o conhecimento prévio das informações a serem prestadas pela autoridade impetrada. Nesses termos, notifique-se a autoridade coatora, para que preste informações no prazo de dez dias", escreveu Alexandre de Moraes na decisão.
No texto ajuizado no STF, os parlamentares citam que a Câmara já recebeu 21 pedidos de impeachment contra Temer desde o dia 17 de maio, quando vieram à tona as delações de executivos da JBS.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Joesley, a arma da Globo contra Temer, é só mais uma peça no tabuleiro anti-Lula

Na Fórum
É um acordo de empresas e empresários.
A JBS e a Globo construíram um pacto de que é preciso derrubar Temer para que ambas se salvem.
Este blogueiro já havia denunciado isso quando a delação de Joesley vazou pela coluna de Lauro Jardim. Uma fonte do blogue relatou que a informação chegou ao colunista por cima. E por isso, mesmo sem ter tido acesso ao áudio, Jardim topou registrar que Temer teria dado aval ao empresário-bandido de Goiás para que comprasse o silêncio de Cunha.
No papo que teve com o presidente-bandido há muita coisa absolutamente criminosa, mas não isso: “Dono da JBS grava Temer dando aval para compra de silêncio de Cunha” . E esse foi o titulo da nota que botou fogo no noticiário de 17 de maio.
A entrevista de Época é mais uma peça deste jornalismo de joint-venture entre a JBS e a Globo. O dono dos bois brasileiros fala o que bem entende e o repórter só pergunta o que o patrão mandou. Porque nenhum repórter com dois dedos de independência deixaria tantos buracos como os já apontados, por exemplo, por Leandro Fortes em seu blogue.
Mas o atento leitor pode retorquir. Qual nada, Rovai, não foi um repórter, foi o próprio editor responsável da publicação que entrevistou Joesley, o sempre atento Diego Escosteguy, aquele que não dormiu na noite anterior à condução coercitiva de Lula e que ficou postando tweets cifrados anunciando o que estava prestes a acontecer.
Pois, é, amigos. Isso não havia passado despercebido pelo blogueiro. E é mais uma demonstração clara do acordo. O editor-chefe de Época é conhecido pelo seu estilo nada jornalístico. E pela pena alinhada que lhe garantiu subir degraus não só improváveis como impossíveis para um jornalista com o não-talento que detém.
Mas mais impressionante é como a não-entrevista virou blocos no Jornal Nacional. Um massacre semelhante ao que Lula sofreu na véspera de sua delação premiada. Quando a Globo já havia sido avisada pelos vazadores do MP ou pelo juiz de Curitiba que haveria a operação de São Bernardo, para onde, inclusive, mandou seus helicópteros.
Mas por que tanta ódio contra Temer? Por que a Globo quer a cabeça do líder da festa junina do PMDB. Festa junina tem o quê, amigos? Tem bingo? Tem pamonha? Tem quentão? Tem quadrilha…
A Globo quer a cabeça de Temer, mesmo ele tentando fazer todas as reformas, porque o ilegítimo presidente pensou em segurar a Lava Jato. Mas para fazer isso, Temer poderia atrasar o processo contra Lula. E o ex-presidente teria condições de disputar a eleição presidencial de 2018.
Mas tem um outro mas. E se Lula disputasse e a Globo tivesse ficado no barquinho afundado de Temer, ela não teria condições de liderar um movimento por uma candidatura que fizesse frente ao ex-presidente.
E a Globo já está mais do que nunca à procura deste novo Collor. Ela, segundo uma fonte quente dos corredores do Jardim Botânico, estaria fazendo pesquisas qualitativas para encontrar o terno perfeito do candidato pra enfrentar Lula, caso ele consiga disputar em 2018.
Esse molde já estaria se desenhando. E seria alguém com um toque Macron, o novo presidente francês. Mas que teria mais chances de vitória se fosse do Nordeste e não do Sudeste ou Sul do país.
Um jovem líder, com rosto de homem de bem, moderno e conversador ao mesmo tempo, com discurso de pastor, família Doriana e com uma vida de sucesso e superação.
O terno é este. E para que a Globo possa empinar essa pipa ela precisa se lavar do Temer.
Ao mesmo tempo precisa tentar se livrar de Lula de qualquer jeito. Porque mesmo com esse bom moço que está a pescar por aí, ela corre risco de vê-lo derrotado pelo sapo barbudo.
Tudo que a Globo está fazendo com Temer, toda o acordo com Joesley, todo esse jornalismo de joint-venture tem um único nome por trás, Lula. É a ele que a vênus platinada quer derrotar.
E por isso não tem bobagem maior do que esse papo de que a entrevista de Joesley foi feita por encomenda para inocentar o ex-presidente. Joesley não tem como detonar Lula, porque não tem nada contra ele. E mesmo assim a Globo deu um jeito de transformar uma frase solta em uma de suas manchetes.
Não há acordo possível entre Lula e a Globo. A distância que os separa hoje é um Mar Vermelho sem um Moisés que possa abri-lo ao meio.
E por isso quem quiser entender o que vai acontecer em 2018 tem que buscar olhar pra essa guerra entre os dois partidos políticos que restaram no país, Lula e a Globo.
Só um deles vai vencer.

domingo, 18 de junho de 2017

Um Partido dos Trabalhadores

Na Página O Trabalho
O PT que sai do 6º Congresso é um partido que se mostra disposto a exercer a vocação que vem desde seu surgimento: a de dirigir o processo de luta da maioria oprimida do país, rumo a uma nação soberana.
Imerso nos últimos dois anos na maior crise de sua história, mas enraizado na classe trabalhadora como sua principal conquista política, o PT tem, nas decisões de seu Congresso, a chave para abrir a porta a um novo curso e reconectá-lo com a base social. Este é o significado da batalha pela Unidade pela Reconstrução do PT que sai revigorada do 6º Congresso Nacional.
Instalado numa situação política marcada, de um lado, pela iniciativa dos trabalhadores, numa resistência que abala os alicerces do governo golpista e, de outro, pela permanência desse governo que, aos trancos e barrancos, quer prosseguir os ataques aos trabalhadores, o 6º Congresso não tergiversou.
Recusou qualquer saída negociada com os golpistas, ao dizer, peremptoriamente, não ao Colégio Eleitoral, Diretas Já! Como disse Gleisi Hoffmann, eleita presidente “não fomos ao Colégio Eleitoral da Ditadura, não iremos ao Colégio eleitoral do golpe”.
Rejeitou qualquer negociação com as contrarreformas trabalhistas e da Previdência e se declarou ao lado dos trabalhadores, inclusive com o apoio à nova greve geral indicada pelas centrais sindicais para o final de junho.
Como não se via desde que começou a perseguição ao partido com o mensalão, o 6º Congresso adotou uma resolução que exige a liberdade para seus presos e perseguidos políticos, agora pela Lava Jato.
São resoluções que, na prática, fazem o balanço dos anos de adaptação às instituições que afastaram o PT de sua base social, contaminaram-no com o modus operandi dos partidos burgueses e abriram o flanco para que os inimigos da classe trabalhadora pudessem avançar.
“Lula presidente, com Constituinte”, é a expressão principal de um partido que se orienta para, não apenas derrotar o golpe e reverter os ataques já perpetrados, mas para conduzir no Brasil, com novas instituições, o processo de reformas populares que livrem a nação da submissão ao imperialismo.
O Congresso do PT se realiza numa conjuntura internacional na qual, diante da ofensiva destrutiva do capital financeiro, os trabalhadores buscam se reapropriar de suas organizações para resistir e avançar. As decisões do 6º Congresso correspondem a esse movimento. Ao se dispor a romper com a política de conciliação com os interesses e as instituições pró-imperialistas, o PT pode iniciar uma nova caminhada que, todavia, está por ser realizada.
Nada está dado de antemão. Mas, a expressão interna no PT da luta da classe trabalhadora estabeleceu uma rota, e agora tudo se concentra em fazer valer as decisões adotadas.
A Corrente O Trabalho do PT que, como integrante do Diálogo e Ação Petista, levou o combate desde a abertura do processo congressual, de unidade pela reconstrução do PT, agora, apoiada nas resoluções do 6º Congresso, continuará engajada nessa via.
As reuniões de prestação de contas do Congresso já começam a acontecer. Elas devem servir para ajudar a militância a se apropriar das decisões do Congresso, nenhum passo atrás! Devem servir também para ajudar na preparação da greve geral chamada pelas centrais.
Afinal, por mais que o governo golpista se afunde em escândalos, por mais que as cúpulas se dividam, é a ação direta da classe trabalhadora que tem a capacidade de dar um basta ao desastre que ameaça o país. As decisões do 6º Congresso vêm a serviço dessa luta da classe trabalhadora.
Viva o PT!

domingo, 11 de junho de 2017

Ginecologista machuca paciente por ódio a Lula

No O Cafezinho
Foto: Reprodução/TVT
A mulher vai a uma consulta ginecológica e, perguntada onde trabalhava numa conversa trivial entre médico e paciente, dá a resposta e começa a ser agredida.
O médico fica vermelho, despeja xingamentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e todo o ódio cultivado na ignorância de quem, informando-se pela “grande mídia”, se revolta com pedalinhos e barcos de lata.
E o pior, de acordo com o relato do caso na revista Fórum, é que enquanto dava mais esse exemplo do tipo de cavalgadura que compõe hoje a classe médica do país, “o ginecologista, de acordo com a paciente, introduzia a sonda de maneira cada vez mais agressiva”, falando de Lula.
O vídeo abaixo é da reportagem da rede TVT sobre o caso. O nome da paciente é Branca Alves de Farias. Ela é dona de um restaurante no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista.

Luizianne pede convocação de Meirelles para explicar relações com JBS

No Blog da Lôra
A deputada federal Luizianne Lins (PT/CE), juntamente com Helder Salomão (PT/ES), solicitou nesta quarta (7) a presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para explicar suas relações com o empresário Joesley Batista. O requerimento de convocação foi apresentado na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados.
Nas delações do empresário, Meirelles é citado nominalmente.  Conforme divulgado pela imprensa, nas gravações, há indícios de que Temer garante a Batista “alinhamento” com o ministro da Fazenda para realizar indicações sugeridas pelo empresário no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em 2012, o ministro comandou o Conselho Consultivo da J&F, holding que reúne as empresas dos irmãos Batista, incluindo a JBS, e de lá saiu para ser ocupar a pasta da Fazenda, já no Governo Temer.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Gleisi Hoffmann: Desafios do PT

No PT.org
Para quem acha que o PT está acabado, a realização de seu 6º Congresso, em Brasília, mostrou a vitalidade do partido e de sua militância. Mais de duas mil pessoas participaram de suas atividades, com muito debate político e muita responsabilidade na definição dos rumos que o partido tomará a partir de agora.
O PT que realizou esse congresso está situado entre um passado recente de governo, que transformou positivamente o Brasil, e a expectativa de poder retornar a esse caminho, agora com as experiências adquiridas e os problemas e reveses sofridos.
Foi um congresso que também fez um balanço da atuação partidária, não para expiar culpa, como muitos queriam e cobravam, mas na perspectiva das lições aprendidas com seus erros, para qualificar o partido e propor alternativas mais ousadas para governar novamente o Brasil.
As Resoluções tiradas pelo congresso atestam uma forte base de unidade política, decepcionando àqueles que queriam ver brigas e divisões no interior do partido. As decisões mostraram maturidade daqueles que têm grande responsabilidade pelo PT e, por consequência, com o povo brasileiro.
Em alto e bom som aprovamos Diretas Já. Aliás, defendemos a antecipação das eleições de 2018, assim como a saída imediata de Temer, e vetamos a ida, sob qualquer hipótese, ao Colégio Eleitoral. Também defendemos o fim das reformas em tramitação no Congresso Nacional e a convocação de uma Constituinte Soberana, para fazer as verdadeiras reformas de que o povo precisa.
A classe dominante brasileira não tem nenhuma responsabilidade para com o Brasil e seu povo.
Mergulharam o país nessa crise, não hesitaram em nos golpear, pararam o Brasil, levaram pânico às pessoas. O desemprego atinge 14 milhões de trabalhadores e a economia não dá sinais de crescimento sustentado. Para agravar tudo isso, o presidente e seus ministros estão envolvidos em uma série de ilícitos e acusações, com prova cabal de seus envolvimentos. Mas resistem, apoiados pelos que defendem as reformas antipopulares que tramitam no Congresso.
O que vemos hoje no Brasil é uma forte associação entre sistema financeiro, grande empresariado, aristocracia do poder público e a mídia tradicional que, como porta voz desse conjunto, milita a favor das reformas. Só quem não tem lugar neste convescote é o povo, que fica à margem do governo, que hoje só tem olhos para se defender, deixando o país no caos, sem expectativa de soluções em curto prazo.
A preocupação maior deles, depois das reformas, é impedir que haja eleições diretas e que Lula venha a disputá-las. Por isso a sistemática perseguição ao nosso ex-presidente e ao nosso partido. É uma guerra sem armas. A destruição não é física, mas sim moral. Querem tirar de Lula o direito civil de existir, sua fala, a condição de cidadania. Só que qualquer eleição direta, sem Lula, não será democrática, será uma fraude.
Essa classe dominante não suporta a ideia de que o compromisso com os mais pobres será resgatado. Não há nenhuma solidariedade, nem uma visão de Nação. Na crise querem salvar a si próprios. O povo é um detalhe a ser superado. Por isso não há espaço para conciliação. A estabilidade que querem é para seus negócios e ganhos, e não para o país.
Nesta conjuntura, o PT, maior partido de esquerda do Brasil, tem a responsabilidade de fazer o enfrentamento a essa situação. Radicalizar na democracia, aliar-se a forças populares e progressistas, aos movimentos sociais, estar nas ruas, ao lado do povo, para combater os retrocessos e tirar esse governo de golpe do poder.
Nosso comprometimento é com a luta das mulheres, dos jovens, dos indígenas, da população negra e LGBT. É com os pobres e trabalhadores brasileiros. É com o desenvolvimento do Brasil, com a geração de empregos, distribuição de renda, justiça social.
Esse foi o posicionamento, com grande unidade no congresso, da militância petista sempre aguerrida, que nos dá força para resistir e para avançar.
*Artigo originalmente publicado no Blog do Esmael
Gleisi Hoffmann é senadora (PT-PR) e Presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores